13 de maio de 2018

Teografia de Viviane Maria Patrício Andrade

 “Costumo dizer que, devemos agradecer o pouco para merecermos o muito e ainda que tudo tem o momento certo”

Quando recebi a notícia que deveria escrever uma teografia sobre minha vida de fé, sobre minha vida catequética, confesso que fiquei apreensiva e confusa, por nunca ter ouvido falar antes nessa palavra. Bom! Passado o medo, percebi que mesmo já sabendo do que se tratava, continuaria não sendo uma tarefa muito fácil, pois, sentir o amor imenso e primordial que Deus tem sobre mim e minha vida é maravilhoso, mas falar e escrever como tudo se deu início, é buscar bem lá no fundo as lembranças de muitos tempos passados.
A minha infância foi muito alegre e divertida. Apesar de sofrer muito pela ausência da figura paterna, minha mãe sempre fez o possível e impossível para me dar o melhor, e falo não de bens materiais, sempre tivemos uma vida simples, mas sim, de amor, carinho e proteção.
Nasci na cidade de São Paulo, mas bem nova nos mudamos para Belo Horizonte. Apesar de minha mãe ser um exemplo de dignidade, coração bom e caridade, não tenho lembranças dela me ensinando orações, claro que como todo católico ela escolheu padrinhos para meu batizado, me levou para ter “aulas de catequese”. Na época morávamos na cidade de Tijuco próximo a Esmeraldas, a preparação era feita nos fundos da Igreja e o Pároco sempre estava presente. Depois confesso que continuamos nossas vidas não muito assíduas na Igreja, mas sempre conversava com Deus e pedia proteção para nós duas. Anos se passaram e eu até então filha única, tive mais três irmãos: Fernando, Fernanda e Rafaela. Mais uma vez me vi na Igreja para receber um sacramento, dessa vez a Crisma.
Os anos foram se passando e a vida ao lado do meu padrasto deixou de ser harmoniosa, passamos tempos muito difíceis. Mas Deus tem o momento certo para tudo em nossas vidas e então nos mudamos para o interior de Minas Gerais, em Cantagalo, cidade natal de minha mãe, fomos morar com minha avó na Zona Rural. 
Com o passar do tempo e por causa dos estudos, ficava muito na cidade na casa da minha tia Socorro, um ser humano maravilhoso e extremamente religiosa. Passava boa parte do tempo com ela e minha prima Liliane, e assim comecei a participar da Igreja, passei a ir às Missas, entrei para o Coral que era dirigido pela “nossa eterna Titia”. Logo em seguida comecei a ajudar na catequese de iniciação e também de preparação para primeira comunhão que na época era na Escola Estadual da cidade,no qual tive o privilegio de conviver com D. Conceição, catequista e uma pessoa abençoada, íamos a encontros de formação em Peçanha e eu amava. Aos sábados tinha encontros na escola da zona rural do Santeiro, onde preparava crianças para a primeira comunhão.
Passei a fazer parte da equipe de liturgia e participar do Grupo de Jovens. Neste momento de minha vida, me sentia totalmente realizada e agradecida pelo amor de Deus por mim, era extremamente prazeroso fazer parte da igreja, por muitas vezes fui chamada de beata por algumas primas, não me importava, sabia que era uma forma de agradecer a Deus por tudo que Ele já tinha feito em minha vida.
Aos poucos, nem eu mesma sei como dizer, deixei de ser atuante na Catequese. O tempo foi passando e o Grupo de Jovens do qual participava acabou. Passei somente frequentar a Igreja. Casei-me, tive um filho e vivia muito bem, mas a vida longe de Deus não faz muito sentido; eu sentia falta da Catequese, sentia que tinha que dar sentido à minha vida.
Em 2014, fui chamada para ajudar novamente na Catequese, mas não sei se por estar com uma filha pequena, ou por ainda não ser o momento, não continuei. Novamente em 2016, fui convidada pela Marinalva para ajudar em uma turma de preparação para a Primeira Eucaristia juntamente com a Layane, desafio muito grande porque a catequese totalmente renovada era muito diferente de quando comecei lá na escola, mas aceitei. Hoje com 30 anos, há nove anos casada com Ricardo, com um casal de filhos Miguel de 8 anos e Mikaelle de 5, tenho orgulho de dizer que sou Catequista atuante na Preparação de Primeira Eucaristia. Ser Catequista é algo que me edifica, é uma oportunidade de estar sempre em busca do amor de Deus e dos ensinamentos da nossa Igreja, é um aprofundamento da minha fé, é poder levar aos demais como é o amor e a misericórdia de Deus por nós. Hoje, eu sei que tudo em minha vida aconteceu no tempo certo, no tempo de Deus e sou extremamente grata por isso.

Viviane Maria Patrício Andrade
Comunidade Nossa Senhora da Conceição - Cantagalo

Paróquia de Peçanha

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