“Costumo
dizer que, devemos agradecer o pouco para merecermos o muito e ainda que tudo
tem o momento certo”
Quando recebi a
notícia que deveria escrever uma teografia sobre minha vida de fé, sobre minha
vida catequética, confesso que fiquei apreensiva e confusa, por nunca ter
ouvido falar antes nessa palavra. Bom! Passado o medo, percebi que mesmo já
sabendo do que se tratava, continuaria não sendo uma tarefa muito fácil, pois,
sentir o amor imenso e primordial que Deus tem sobre mim e minha vida é
maravilhoso, mas falar e escrever como tudo se deu início, é buscar bem lá no
fundo as lembranças de muitos tempos passados.
A minha infância
foi muito alegre e divertida. Apesar de sofrer muito pela ausência da figura
paterna, minha mãe sempre fez o possível e impossível para me dar o melhor, e
falo não de bens materiais, sempre tivemos uma vida simples, mas sim, de amor,
carinho e proteção.
Nasci na cidade de São Paulo, mas bem nova nos mudamos para
Belo Horizonte. Apesar de minha mãe ser um exemplo de dignidade, coração bom e
caridade, não tenho lembranças dela me ensinando orações, claro que como todo católico ela escolheu padrinhos para meu batizado, me levou para ter “aulas de
catequese”. Na época morávamos na cidade de Tijuco próximo a Esmeraldas, a
preparação era feita nos fundos da Igreja e o Pároco sempre estava presente.
Depois confesso que continuamos nossas vidas não muito assíduas na Igreja, mas
sempre conversava com Deus e pedia proteção para nós duas. Anos se passaram e eu
até então filha única, tive mais três irmãos: Fernando, Fernanda e Rafaela. Mais
uma vez me vi na Igreja para receber um sacramento, dessa vez a Crisma.
Os anos foram se passando e a vida ao lado do meu padrasto deixou de ser harmoniosa, passamos
tempos muito difíceis. Mas Deus tem o momento certo para tudo em nossas vidas e
então nos mudamos para o interior de Minas Gerais, em Cantagalo, cidade natal de
minha mãe, fomos morar com minha avó na Zona Rural.
Com o passar do tempo e por
causa dos estudos, ficava muito na cidade na casa da minha tia Socorro, um ser
humano maravilhoso e extremamente religiosa. Passava boa parte do tempo com ela
e minha prima Liliane, e assim comecei a participar da Igreja, passei a ir às Missas, entrei para o Coral que era dirigido pela “nossa eterna Titia”. Logo em
seguida comecei a ajudar na catequese de iniciação e também de preparação para
primeira comunhão que na época era na Escola Estadual da cidade,no qual tive o
privilegio de conviver com D. Conceição, catequista e uma pessoa abençoada,
íamos a encontros de formação em Peçanha e eu amava. Aos sábados tinha
encontros na escola da zona rural do Santeiro, onde preparava crianças para a
primeira comunhão.
Passei a fazer parte da equipe de liturgia e participar do
Grupo de Jovens. Neste momento de minha vida, me sentia totalmente realizada e
agradecida pelo amor de Deus por mim, era extremamente prazeroso fazer parte da
igreja, por muitas vezes fui chamada de beata por algumas primas, não me
importava, sabia que era uma forma de agradecer a Deus por tudo que Ele já
tinha feito em minha vida.
Aos poucos, nem
eu mesma sei como dizer, deixei de ser atuante na Catequese. O tempo foi passando e o
Grupo de Jovens do qual participava acabou. Passei somente frequentar a Igreja.
Casei-me, tive um filho e vivia muito bem, mas a vida longe de Deus não faz
muito sentido; eu sentia falta da Catequese, sentia que tinha que dar sentido à minha vida.
Em 2014, fui chamada para ajudar novamente na Catequese, mas não
sei se por estar com uma filha pequena, ou por ainda não ser o momento, não
continuei. Novamente em 2016, fui convidada pela Marinalva para ajudar em uma
turma de preparação para a Primeira Eucaristia juntamente com a Layane, desafio
muito grande porque a catequese totalmente renovada era muito diferente de
quando comecei lá na escola, mas aceitei. Hoje com 30 anos, há nove anos casada
com Ricardo, com um casal de filhos Miguel de 8 anos e Mikaelle de 5, tenho
orgulho de dizer que sou Catequista atuante na Preparação de Primeira Eucaristia.
Ser Catequista é algo que me edifica, é uma oportunidade de estar sempre em
busca do amor de Deus e dos ensinamentos da nossa Igreja, é um aprofundamento
da minha fé, é poder levar aos demais como é o amor e a misericórdia de Deus por
nós. Hoje, eu sei que tudo em minha vida aconteceu no tempo certo, no tempo de
Deus e sou extremamente grata por isso.
Viviane Maria
Patrício Andrade
Comunidade Nossa
Senhora da Conceição - Cantagalo
Paróquia de
Peçanha
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